quarta-feira, 5 de setembro de 2012
A realidade que não convém
Considerado por alguns estudos econômicos internacionais como a “bola da vez”, o Brasil está atraindo cada vez mais imigrantes, muitos deles provenientes de países latinos vizinhos, como a Bolívia. Esse dado não é muito animador, pois muitas pessoas deixam suas cidades em busca de melhores oportunidades e acabam encontrando por aqui, principalmente na cidade de São Paulo, condições de trabalho e moradia sub-humanas.
Esses bolivianos, cujo país concentra mais de 60% da população abaixo da linha de pobreza, já chegam ao emprego (na grande maioria, confecções têxteis) com dívidas referentes à compra da passagem feita por um aliciador.
Desembarcam aqui com a promessa de melhores condições de vida, mas desconhecem a dura realidade: vivem em condições de semiescravidão, trabalhando de 16 a 20 horas por dia e morando nas próprias oficinas. São coagidos até mesmo quando querem sair de casa, com medo de serem presos e deportados ao país de origem.
Na cidade de São Paulo, entre os bairros Canindé e Pari, existe uma praça chamada Kantuta, nome de uma flor bastante típica da Bolívia. O local abriga uma feira semanal que serve como ponto de encontro entre os conterrâneos. A paisagem é marcada por diversas placas coladas em postes, muros e pontos de ônibus, convocando novos trabalhadores para as manufaturas – alguns desses panfletos oferecem ótimos salários, promessas que, provavelmente, não serão cumpridas.
Apesar das precárias condições de trabalho e de vida, muitos desses imigrantes conseguem ver melhores perspectivas por aqui do que em seu país de origem, e ainda preferem ficar no Brasil, tentando ser uma das raras histórias de sucesso que servem de propaganda para os aliciadores de trabalhadores na Bolívia.
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