sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Reflexão superficial


Nos tempos atuais, nos quais a informação é instantânea e de rápido acesso (e também superficial), um novo paradigma de educação está sendo forjado. As instituições de ensino estão cada vez mais voltadas para a apressada transmissão de conhecimentos, para inserir o jovem no mercado de trabalho o mais rápido possível – desse modo, surge a “universidade operacional”, que adestra as pessoas, mas não as convida para o pensamento crítico.

A “indústria cultural”, termo cunhado por filósofos alemães do século 19, designa uma prática realizada pelos grandes veículos de comunicação massiva que alienam as pessoas e vão fazendo com que elas percam, gradualmente, a capacidade reflexiva e se tornem apenas meros objetos da massa e não mais sujeitos. Isso está ocorrendo nas metodologias de ensino de instituições de ensino ao redor do mundo – os jovens estão saindo das universidades cada vez com menor capacidade crítica, somente focados na carreira, pensando de maneira técnica.

Isleide Arruda Fontenelle, professora da FGV-EAESP, compila muito bem as ideias do modelo de ensino da atualidade. “Parece uma contradição em termos dizer que a chamada “era do conhecimento” é a que promove, justamente, o fim da formação e do pensamento. Então, vejamos como isso ocorre a partir de duas lógicas conjuntas que operam no interior do mundo acadêmico, no modelo da universidade operacional”, analisa Fontenelle. A palavra “aluno” deriva do latim “iluminar”, chegar a luz por meio do conhecimento. É necessário questionar o método de educação da maioria das instituições que não incitam os jovens a pensar.

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