sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Um desestímulo à educação


Há uma visão errônea no Brasil de que o setor privado não colabora com a educação. Muitas empresas investem na capacitação de seus funcionários, na forma de bolsas de estudo, por exemplo, tentando compensar uma falha do Estado em oferecer formação educacional de todos os níveis, inclusive a profissional.

Isso se deve a uma visão estratégica da corporações ao observarem que o Brasil tem um grande potencial de crescimento e desenvolvimento, mas que apresenta uma desvantagem muito grande no âmbito internacional quando o assunto é educação. E esse problema ainda é agravado pelo próprio governo. Segundo Sérgio Amad, professor da FGV-SP, não é possível entender a atitude de alguns de nossos governantes que, em vez de estimularem ainda mais as empresas a investirem na qualificação de seus profissionais, criam leis que inibem a concessão de bolsas de estudos.

Esse desestímulo se dá através da lei no12.513/11. Resumindo a história: se por um lado a lei acerta ao fomentar um universo maior de cursos que podem ser ofertados em bolsas de estudo, por outro, anda para trás quando limita a isenção de tributar a empresa que concede a bolsa de estudo – e o pior, a empresa acaba repassando ao funcionário esse tributo, o que acarreta em grandes taxas de abandono dos estudos. Segundo Amad, a lei precisa ser revista, pois o artigo 458 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) define que o auxílio educacional não é considerado como salário. Ou seja, é verba para o trabalho, e não pelo trabalho, sem incidência, assim, da contribuição previdenciária.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Quer trocar de emprego? Pesquise (e pense) bem


Os jovens de nível universitário estão tendo uma vantagem que a geração anterior, a de seus pais, não tiveram: um país que está em crescimento econômico e se despontando cada vez mais no cenário internacional. Por isso, é preciso aproveitar bem as oportunidades e o momento favorável do mercado de trabalho, para escolher com segurança a empresa onde se quer trabalhar.

Ana Luisa Pliopas, coordenadora de estágios e colocação profissional da FGV-EAESP, relata que quem vai procurar emprego ou estágio, precisa saber o que está buscando. “Às vezes, o estagiário não sabe o que está procurando, mas ele precisa ter alguns critérios em mente. O problema é que as pessoas aceitam emprego sem ter feito uma análise um pouco mais profunda para entender como é a cultura daquela organização", diz Pliopas.

Procure conversar com alguém que já trabalhou na empresa para onde você pretende iniciar uma história profissional. “Essas informações são muito importantes e podem se decisivas na hora assinar o seu contrato, pois, às vezes, você entra no lugar e, no primeiro dia, percebe que não era o que esperava. Só que você não sai no dia seguinte, pelo menos não deveria, e aí vai ter de ficar e esperar a situação melhorar,” comentou a professora.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Atração corporativa


Por mais estranho que pareça, muitas empresas, incluindo as de grande porte e multinacionais, estão indo buscar seus profissionais que ainda cursam a universidade e realmente fazem esforços para que os jovem queiram trabalhar nesses lugares. Entre as estratégias, estão as feiras de recrutamento, as palestras nas faculdades e outras medidas.

Umas delas, bastante interessante, é o “working day”, no qual os alunos são convidados para passar um dia nas empresas, quando participam de atividades com executivos, workshops e estudos de casos. A ideia é fazer com que as pessoas, de diferentes áreas de formação, não somente administrativa e financeira, compreendam como funcionam e como podem atuar em um ambiente corporativo. Desse modo, as grandes corporações conseguem moldar os candidatos e atrair os melhores para fazerem parte da equipe.

Ana Luisa Pliopas, coordenadora de estágios e colocação profissional da FGV-EAESP, relata que há uma guerra por jovens talentosos. “Você tem uma oferta maior de vagas e, ao mesmo tempo, uma geração mais exigente, o que torna difícil o trabalho de atrair e engajar o futuro profissional”, concluiu a professora.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Quando fazer um MBA?


Visto como um investimento para alavancar salários e cargos, o MBA é muito desejado pelos recém-formados, mas pode não ser adequado profissionais recém-formados. Algumas instituições, no ato da matrícula, pedem algum tempo de experiência na área para a qual o interessado pretende fazer o curso. Marina Heck, coordenadora do programa internacional OneMBA da FGV-EAESP, conta que o programa está voltados a profissionais que estão se preparando para assumir cargos de alta gerência e diretoria, ou pessoas que estão em transição de carreira e precisam agregar competências."Boa parte das escolas pede ao menos três anos de experiência. Não faz sentido um trainee fazer MBA", diz Heck.

Uma pessoa que planeja fazer MBA deve ter o intuito de ser líder em áreas como gestão e comércio. As pessoas que ocupam as áreas técnicas podem apostar em programas de especialização, mestrado e doutorado mais específicos, valorizando, dessa maneira, a sua função e, consequentemente, o seu salário.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O sonho do negócio próprio


Grande parte dos brasileiros sonha em abrir um negócio próprio, em algum momento da vida. No entanto, esse desejo está se fazendo presente cada vez mais cedo, e concluir um curso superior para entrar para uma grande empresa já é o que os universitários mais procuram.

Mesmo a grande oferta de empregos nos últimos anos não estar ateando os jovens no mercado de trabalho brasileiro, segundo o Sebrae-SP. Gilberto Safarti, professor da FGV-EAESP, diz que esse é um dos melhores momentos da história para empreender e que o crescimento da classe média no Brasil está possibilitando o surgimento de espaços para novos empreendedores, principalmente nas regiões mais periféricas, onde o poder aquisitivo da população está crescendo. Por isso, esses jovens empreendedores estão focando seus negócios nos setores de serviço e comércio.

De acordo com um estudo realizado pelo Sebrae, que acompanha o desenvolvimento das micro e pequenas empresas do estado de São Paulo, foi estimado que 37 anos é a média de idade das pessoas que abriram um negócio entre 1995 e 2007. Desses empreendedores, aproximadamente 70% tinham realizado e ensino completo ou mais.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Alunos de intercâmbio visitam projeto inovador de reciclagem


Na última semana, alunos de intercâmbio do Mestrado em Gestão Internacional da FGV-EAESP fizeram uma visita à fábrica da Suzano Papel e Celulose em Embu das Artes (SP), para verificar o processo de reciclagem das embalagens longa vida que são transformadas em telhas ecológicas.

Por seu caráter inovador no auspicioso universo das práticas sustentáveis, o projeto atraiu a atenção do Mestrado Internacional da FGV-EAESP. São cerca de 4 mil catadores de materiais, de 80 cooperativas de reciclagem. A atividade reduz a pressão sobre os aterros sanitários das áreas metropolitanas, fazendo com que saia do meio ambiente mais de 37 milhões de embalagens longa vida.

O projeto, desenvolvido em parceria com a Tetrapak, a Johnson e a Ciclo, criou um produto inovador no que diz respeito ao pós-consumo de embalagens longa vida. Durante o processo de reciclagem, as fibras de papel são extraídas e utilizadas na composição de um papel-cartão, que por sua vez são transformadas na fabricação de telhas 100% recicladas para a construção civil.

As inovações em Administração Pública na FGV-EAESP


Desde a sua fundação, a FGV-EAESP tem o intuito de ajudar o Brasil a se desenvolver. O curso de Administração Pública está se atualizando ainda mais e reformulou todo o curso de graduação para introduzir pessoas altamente capacitadas nos quadros do Estado, nos diversos níveis de governo, e também para produzir gestores e líderes de ONGs, Fundações Empresariais e Organismos Internacionais.

O curso tem caráter inovador e aborda questões fundamentais do mundo contemporâneo, visando formar profissionais líderes com ampla visão das ciências sociais, conhecimento em gestão e políticas públicas com capacidade de negociação e tomada de decisão, além de sólida capacitação para tratar de questões internacionais. Além disso, a GV possui grande tradição na área de intercâmbio e envia, a cada ano, cerca de 120 estudantes de graduação para conhecer e estudar nas mais renomadas instituições de ensino superior do mundo, oferecendo uma ampla e completa formação cultural e profissional para seus alunos.

O Brasil está se transformando e, cada vez mais, se destacando no cenário internacional como um país de grande potencial e crescimento econômico. Há uma tendência para que aumente cada vez mais a demanda por profissionais qualificados para atuar nas estruturas do Estado, em Organizações não Governamentais e organizações empresariais.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Reflexão superficial


Nos tempos atuais, nos quais a informação é instantânea e de rápido acesso (e também superficial), um novo paradigma de educação está sendo forjado. As instituições de ensino estão cada vez mais voltadas para a apressada transmissão de conhecimentos, para inserir o jovem no mercado de trabalho o mais rápido possível – desse modo, surge a “universidade operacional”, que adestra as pessoas, mas não as convida para o pensamento crítico.

A “indústria cultural”, termo cunhado por filósofos alemães do século 19, designa uma prática realizada pelos grandes veículos de comunicação massiva que alienam as pessoas e vão fazendo com que elas percam, gradualmente, a capacidade reflexiva e se tornem apenas meros objetos da massa e não mais sujeitos. Isso está ocorrendo nas metodologias de ensino de instituições de ensino ao redor do mundo – os jovens estão saindo das universidades cada vez com menor capacidade crítica, somente focados na carreira, pensando de maneira técnica.

Isleide Arruda Fontenelle, professora da FGV-EAESP, compila muito bem as ideias do modelo de ensino da atualidade. “Parece uma contradição em termos dizer que a chamada “era do conhecimento” é a que promove, justamente, o fim da formação e do pensamento. Então, vejamos como isso ocorre a partir de duas lógicas conjuntas que operam no interior do mundo acadêmico, no modelo da universidade operacional”, analisa Fontenelle. A palavra “aluno” deriva do latim “iluminar”, chegar a luz por meio do conhecimento. É necessário questionar o método de educação da maioria das instituições que não incitam os jovens a pensar.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Padrão internacional


A expressão “tríplice coroa”, muito conhecida no mundo esportivo, é também utilizada para destacar importantes títulos em outras áreas, como a educação. No caso das escolas de Administração, esse valioso patamar é conquistado através da concessão de acreditação de três renomadas instituições internacionais: AACSB (The Association to Advance Collegiate Schools of Business), EFMD (European Foundation for Management Development) e AMBA (Association of MBAs).

Essas entidades auditam, atestam e reconhecem a qualidade das faculdades de Administração, respaldadas em rígidos padrões de excelência internacionais. “Dentre milhares de escolas de Administração no mundo inteiro, somente cerca de 30 conquistaram e mantêm a tríplice coroa. Se por um lado isso representa muito esforço, altos investimentos e um irrestrito comprometimento com a melhoria contínua, por outro lado as acreditações são motivo de grande orgulho para tais instituições de ensino e também para seus parceiros”, diz Adrian Kemmer Cernev, professor da FGV-EAESP.

No Brasil, somente a FGV-EAESP possui esses três títulos, sendo reconhecida internacionalmente pela excelência e qualidade de ensino. Uma vez adquirida a tríplice coroa, o desafio seguinte é manter essas acreditações, fazendo a manutenção do sistema de ensino, que geralmente ocorrem em períodos de três a cinco anos. “O processo de renovação é equivalente a uma nova acreditação para a instituição, e os padrões de excelência são sempre ampliados”, completa Cernev.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Os 51 anos da RAE


Em maio, a RAE-Revista de Administração de Empresas, editada pela FGV-EAESP, completou 51 anos. Em 1961, quando o periódico foi lançado, a FGV-EAESP já tinha um histórico de publicações acadêmicas, um conjunto de diversos títulos: Conjuntura Econômica, Revista Brasileira de Economia, Revista de Direito Público e Ciência Política, entre outros. O
intuito dessas revistas era difundir as pesquisas da instituição, que já era conhecida pelo seu pioneirismo no ensino da gestão

A RAE surgiu como uma compilação mais organizada desses periódicos, em um momento em que o Brasil experimentava um crescimento econômico e industrial inédito até então. A revista foi criada com uma outra particularidade: foi a primeira publicação a ser produzida fora da sede no Rio de Janeiro e um dos objetivos era dar visibilidade à FGV-EAESP que havia sido fundada há pouco tempo em São Paulo, em 1954 – a primeira escola a oferecer cursos de Administração de Empresas em nível universitário no Brasil.

Em seu acervo dos inúmeros periódicos lançados bimestralmente, a RAE conta com contribuições de fortes nomes, como Edgard Carone, Eduardo Suplicy, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Fernando Henrique Cardoso, Ruth Cardoso, Henrique Rattner e muitos outros. Atualmente, a revista é uma referência nacional no segmento e conta com mais de 1700 assinantes que preferem ter a publicação em mãos, mesmo após o lançamento da versão online gratuita, com exatamente o mesmo conteúdo da versão impressa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A realidade que não convém


Considerado por alguns estudos econômicos internacionais como a “bola da vez”, o Brasil está atraindo cada vez mais imigrantes, muitos deles provenientes de países latinos vizinhos, como a Bolívia. Esse dado não é muito animador, pois muitas pessoas deixam suas cidades em busca de melhores oportunidades e acabam encontrando por aqui, principalmente na cidade de São Paulo, condições de trabalho e moradia sub-humanas.

Esses bolivianos, cujo país concentra mais de 60% da população abaixo da linha de pobreza, já chegam ao emprego (na grande maioria, confecções têxteis) com dívidas referentes à compra da passagem feita por um aliciador.

Desembarcam aqui com a promessa de melhores condições de vida, mas desconhecem a dura realidade: vivem em condições de semiescravidão, trabalhando de 16 a 20 horas por dia e morando nas próprias oficinas. São coagidos até mesmo quando querem sair de casa, com medo de serem presos e deportados ao país de origem.

Na cidade de São Paulo, entre os bairros Canindé e Pari, existe uma praça chamada Kantuta, nome de uma flor bastante típica da Bolívia. O local abriga uma feira semanal que serve como ponto de encontro entre os conterrâneos. A paisagem é marcada por diversas placas coladas em postes, muros e pontos de ônibus, convocando novos trabalhadores para as manufaturas – alguns desses panfletos oferecem ótimos salários, promessas que, provavelmente, não serão cumpridas.

Apesar das precárias condições de trabalho e de vida, muitos desses imigrantes conseguem ver melhores perspectivas por aqui do que em seu país de origem, e ainda preferem ficar no Brasil, tentando ser uma das raras histórias de sucesso que servem de propaganda para os aliciadores de trabalhadores na Bolívia.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A religiosidade no ensino


A Constituição Federal, desde 1988, denota que o ensino religioso é obrigatório nas escolas públicas de ensino fundamental, sendo de caráter facultativo para os alunos (como uma matéria eletiva). No entanto, pouco se fala sobre o assunto e há poucos estudos que provam se esse ensino facultativo é, de fato, respeitado, ou se há efetivamente essa opção em todos os colégios públicos do Brasil.

De acordo com pesquisa divulgada pela UNB (Universidade de Brasília), o ensino religioso no Brasil é retrógrado e desolador: como o país, desde os tempos da colonização, apresenta um forte ímpeto católico, a transmissão de conhecimentos da religião aos estudantes são de natureza catequizadora, que ignora o pluralismo cultural da sociedade brasileira, estimulando a intolerância e transmitindo preconceitos.

Segundo a pesquisa, quase todos os estados confundem alguns conceitos – a educação da religião no Brasil é proselitista, ou seja, tenta converter uma ou várias pessoas a uma determinada causa, ideia ou, no caso, a uma religião. No entanto, o artigo de 1988 da Constituição diz justamente o contrário; que a difusão das ideias devem ser imparciais e pluralistas. O que deve ser incitada é a educação religiosa e não o ensino religioso.

De todos os estados, São Paulo é o que mais se aproxima do quadro normativo laico que se espera, em segundo lugar, fica o Rio de Janeiro. Antes da distribuição, o material didático utilizado nas escolas públicas precisa ser avaliado e aprovado pelo Programa Nacional do Livro Didático, do Ministério da Educação. Paradoxalmente, há uma exceção: o material do ensino religioso está isento de tal avaliação.