Trabalhar em empresas significa ter contato com diferentes tipos e grupos de
pessoas, de diversas áreas, que têm diferentes histórias de vida e trajetórias
profissionais. E isso reflete muito não apenas no comportamento, mas também
- principalmente - na linguagem. Isso porque o linguajar corporativo é muito
particular, tanto que varia muito de uma área para outra e até mesmo entre
empresas. Preocupações nesse sentido ocorrem principalmente entre os novatos,
que não estão familiarizados com os termos particulares, siglas e jargões.
Muitos termos derivam do inglês, como “ROI”, que significa Return On
Investment (em português: Retorno Sobre Investimento), que no mercado
financeiro é utilizado para definir quanto uma pessoa está ganhando em relação
a quantia investida. Outros exemplos são “sprint” e “scrum”, linguagem
própria da área de TI. Esse segmento, inclusive, é famoso por seus milhares
de códigos e termos quase indecifráveis. "A conversa entre duas pessoas da
área da TI é ininteligível para quem é de fora. É hermético de propósito",
diz Tales Andreassi, professor da FGV-EAESP. Para ele, essa linguagem
corporativa tem como principal justificativa a criação de identidade tal
qual proteção de conhecimento, algo semelhante às gírias criadas pelos
adolescentes. "Eles [adolescentes] não sabem por que inventam gírias, mas é
para buscar identidade, e isso é importante. Quem não usa [novos termos] quer
ser enxergado como pessoa culta ou tem medo de ser visto como ignorante, mas
é melhor se acostumar”, afirma o professor Andreassi.
Os jargões corporativos existem há muito tempo, mas tem ganhado força
depois da globalização e internacionalização do acesso a informação em
tempo real. Com isso, as pessoas passaram a se relacionar muito mais com
pessoas de outros países. Para melhorar essa comunicação, termos em inglês
foram surgindo e aos poucos foram incorporados ao dia-dia. Hoje, existe um
verdadeiro enxame de termos e jargões. E como disse Andreassi, é bom se
acostumar, pois eles dificilmente deixarão de existir.
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