O mercado de trabalho é duro e firme. Muitas vezes, não dá espaço para respirar e já existe um novo concorrente com preço menor, ou um fornecedor aumentando seus preços, além da cobrança dos acionistas. As contas estão entrando no vermelho e a situação começa a ficar complicada quando alguém dá a solução: renovar o quadro de funcionários. É nessa hora que cabeças rolam e alguns funcionários mais caros dão lugares a novos colaboradores, esses mais jovens e dispostos, que fazem mais e ganham menos. A empresa ganha novos ares, fica com cara de empresa do futuro. Mas a realidade que vem depois nem sempre é esse mar de rosas. O trabalho não flui com a mesma facilidade que antes, mas pelo menos a planilha de custos está melhor. Esse processo é conhecido como “juniorização”.
O processo de contratar profissionais mais novos para ocupar funções nas empresas é necessário e benéfico para a corporação. Mas quando a “juniorização” acontece com o intuito de reduzir custos da folha de pagamento, pode-se comprometer a qualidade da gestão e a continuidade do trabalho. O grande problema é que esse processo acontece na contramão da demografia brasileira. O povo brasileiro está envelhecendo, e uma pesquisa recente realizada pela FGV-EAESP afirma que a maior parte das empresas não estão preparadas – e nem em processo de – para lidar com a inversão da pirâmide demográfica brasileira.
Quando se tem uma “juniorização” forçada na empresa, existe a quebra do processo de amadurecimento do profissional, uma diminuição da cultura presente. Quando isso acontece em massa, de forma mal planejada, existe um entendimento de que a empresa está, na verdade, inibindo o amadurecimento. E isso, sim, é algo perigoso.
Fonte da imagem: Corbis Images
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